quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ODIN


Na Granideum (mitologia nórdica), Odin (Wotan) era pai de todos, protetor dos poetas, dos guerreiros, dos estadistas e o Deus da morte, da Guerra e da Magia. Carrega a lança Gungnir que nunca erra o alvo e que no cabo, tem runas gravadas, que ditam a preservação da lei. Cavalga o garanhão de oito patas Sleiphir e reune guerreiros para lutarem com ele. Conquistou as runas, alfabeto nórdico, para a humanidade através de um ato de sacrifício pessoal.

Odin também era o deus da sabedoria. Ele atirou um de seus olhos no poço de Mimir em troca de um gole de sabedoria. Ele se enforcou pendurando-se na árvore cósmica, Yggdrasil, para obter o conhecimento dos mortos e foi revivido por magia em seguida. Ele se mantinha informado sobre os acontecimentos em toda a parte através de seus dois corvos, Hugin (Pensamento) e Munin (Memória), que vigiavam o mundo e contavam tudo o que se passa e o que já se passou no mundo.

Odin se tornou proeminente no panteão devido ao seu gosto pela batalha. Essa qualidade lhe conferiu popularidade entre os vikings quando eles começaram a atacar objetivos fora da Escandinávia. No salão de sua grande fortaleza, Valhala, ele reunia os abatidos em batalhas. Chamados de einherjars (mortos gloriosos), esses guerreiros eram preservados por Odin para ajudar os deuses na batalha final contra os gigantes no Ragnarok.

Odin não era exatamente um guerreiro, mas inspirava os guerreiros a se lançarem freneticamente na batalha, sem nenhum sentimento e nenhum temor. Os rituais de enforcamento faziam parte da veneração a Odin, sendo que o suicídio por enforcamento era considerado um atalho para o Valhala.


Odin é a figura central do panteão germânico, o rei dos deuses; os germânicos, povo dado a luta e guerras, viam nele o protótipo da bravura, da altivez e do valor; os escandinavos dos últimos séculos pagãos, os Vikings aventureiros, terror do ocidente cristão foram os derradeiros a combater invocando o nome de Odin. Ao lado do deus Loki, é o personagem de mais complexa personalidade dentro do panteão germânico, o que fez com que, embora seu nome fosse exaltado por muitos poetas, permanecesse obscuro para o camponês simples, mais identificados com Thor e Freyr devido a suas características de deuses agrários.

Odin era tido em alta consideração pelos jarls e outros membros da nobreza nórdica, embora as pessoas comuns o temessem e venerassem Thor.
Odin seria assassinado durante o Ragnarok por Fenrir, o lobo gerado por Loki. A veneração a Odin diminuiu à medida que os vikings desistiram de atacar e optaram por ocupações mais pacíficas.

(Fonte: pt.wikipedia.org)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Runas - parte 5


As Runas e os Nùmeros

É importante ter em mente estas relações, pois serão muito úteis no momento de escolher o numero de runas, para fazer um símbolo adequado na composição dos sigilos, de forma que determinem exatamente o seu desejo magico.
Vale dizer ainda que depois do nove, os números impares não são boas escolhas; este assunto se aplica a confecção de um tipo especial de sigilos feitos com frases que descrevem o seu desejo e depois serão convertidos en uma linha de runas.
Mas falaremos especificamente disso mais adiante.

Uma runa : Significa criação e inicio; o Todo contido no Um; nascimento.

Duas runas : Um balanço de forças; o masculino e o feminino; todas as dualidades.
O balanço pode ser harmônico ou conflituoso.

Três runas: Plenitude e perfeição: as runas funcionando no nível do ideal.

Quatro runas: Indicam que suas forças estão se manifestando materialmente; este numero está ligado aos quatro elementos.

Cinco runas: A presença da vontade humana, que tanto pode ser construtiva como destrutiva; este numero esta ligado ao homem.

Seis runas: Cai sob a influência do Inominavel, que é Um no Todo; fusão dos opostos.

Sete runas: Sugere uma função sobrenatural, e assuntos concernentes a espíritos e milagres; este numero esta ligado aos planetas.

Oito runas: Frustração e superação da ação; é um numero magico composto, como todos os que se seguem: quatro opondo-se a quatro, um resultado material confronta outro.

Nove runas: Estão sob a ordem celestial e as regras da Lei, onde os efeitos seguem as causas; nove composto de três vezes três e é considerado o numero mais perfeito.



Magia com Runas e Números

Neste tipo de magia, o primeiro a saber é que deve-se descrever o desejo, de forma sintetizada numa única frase.
Estas frases sempre devem começar com “Eu desejo” ou “Eu quero”, nunca com outras palavras que não sejam essas.

Por exemplo:

“Eu desejo ganhar $R 1000.00, por mês”.
Ou
“Eu quero encontrar o verdadeiro Amor”.

Mesmo assim, é preciso lembrar que em magia, quanto mais específicos os desejos, mais chances terá de que ele se realize.

Depois de ter a sua frase bem definida, deverá transformá-la em rúnico, com o alfabeto das runas ou Futark.

O processo correto é ir substituindo as letras que escreveu por as mesmas letras em rúnico, sem deixar espaço e sem repeti-las quando fizer a substituição.

Vamos usar o segundo exemplo:

E u q u e r o e n c o n t r a r o v e r d a d e i r o A m o r

e u q r o n t a v d i m

A mesma frase que descreve o seu desejo fica assim:

e u q r o n t a g d i m

Estas são as runas que devem ser consagradas, como descrito no ritual de consagração, como descrito no post “Magia das Runas – Parte 3 “

Somente tem de transformar em rùnico as letras; não o fiz aqui pois que nem todo o mundo usa o mesmo Futark que eu; mas todos servem da mesma foma. E tambèm



(por Debora Rocco para magiabruxa. com)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Runas - parte 4

Ritual de consagração dos Sigilos



As runas depois de consagradas passam a ser chamadas sigilos, que significa segredo.
Durante o ritual se evoca a força que jaz adormecidas nelas e se “carregam” com uma quantidade de energia, parte da qual passa ao destinatário, quando se envia a runa a ele, e parte permanece “ativada” na runa,
de forma que o prepósito para qual foi consagrada a runa, se realize.

Evocar:
Refere-se ás palavras que são pronunciadas sobre as runas para concretizar a sua força:é uma chamada do potencial que contêm para o atual.
As palavras são dirigidas para os objetos sobre os quais as runas forma gravadas, ou sobre as próprias runas (como no caso da consagração do jogo de runas).
O objeto rúnico torna-se temporariamente a morada da força até que elas sejam enviadas para cumprir o propósito do Chamã ou Mestre/a de Runas.

Todos os encantos mágicos são curtos, métricos, rimados, e vão direto ao ponto.
Podem ser compostos na forma de charada de modo que alguém escutando-o não perceberá o seu significado.
Freqüentemente são repetidos inúmeras vezes numa voz cantada, para induzir um transe e sua mensagem atingir o subconsciente.
Os encantos rúnicos usarão os nomes dos deuses teutônicos como palavras de poder.

Envio:

Libera as forças das runas em direção ao alvo; evocar é carregar a arma, enviar é apontar e disparar.
Pode ser feito manualmente, passando as runas a outra pessoa ou escondendo-as num lugar específico; quando não podem ser despachadas para o objeto de desejo, as runas devem ser enviadas através dos elementos: jogue-as ao mar, rasgue em pedaços e lance-os ao vento, ou queime-as.



Relação dos elementos com o envio das runas:

Fogo: presta-se para trabalhos de guerra, ódio e violência.
Ar: ciência, filosofia, julgamento e justiça.
Água: Amor, arte, prazer e ilusão.
Terra: Construção, força e resistência.

Os sigilos, somente devem ser vistos pela pessoa para a qual foram consagrados; se alguém as vê, inda que seja acidentalmente devem ser consagradas novamente, pois perdem a sua força.

Por esse motivo devem ser bem guardadas, escondidas, e não é necessário que andem com elas encima.
Alem disso a pessoa que as recebe, tem de olhar para elas três vezes por dia, e lembrar do motivo para o qual foram carregadas.
Se não se seguir este procedimento, mesmo que tenham sido bem trabalhadas, não atingirão o seu prepósito.


Como executar o Ritual

Colocar no Altar uma vela branca pequena, uma vasilha com água salgada; as runas para consagração devem estar dentro do circulo.

A seguir trace um circulo de proteção, de cor dourada, na altura do horizonte, começando pelo Norte, com o indicador da mão direita, imaginando a Luz saindo do seu dedo; faça isto de olhos fechados.
Depois, de joelhos, acenda a vela branca, lave as mãos e o rosto na água salgada, para purificar-se, e não se seque.
Observe a vela, e medite uns minutos no que vai fazer, respire fundo e prossiga.
De pe, bata na mesa com os nós dos dedos (ou com o Martelo de Thor, se já o tiver), quatro vezes, e diga:

“Este ritual para abertura do Caminho da Luz, esta plena e verdadeiramente aberto.”

Fazer o Sinal, com os dedos em posição de benção:

Tua é a Coroa (tocar a fronte)
E o Reino (tocar o Sopro-boca)
A Força (tocar o ombro esquerdo)
E a Gloria (tocar o ombro direito)
A Lei Eterna ( tocar o coração)
Amém (direcionar os dedos á chama)

Agora é preciso selar o lugar no qual você esta trabalhando, para proteger-se da irrupção de influências não desejadas.
Para isso, com o dedo indicador da mão direita ou com sua varinha magica, no caso de ter uma, desenhe uma estrela de cinco pontas em direção aos pontos cardeais, e a runa que lhe corresponde dentro como mostram os gráficos a seguir, invocando as forças de cada quadrante.
Estas estrelas devem ser “desenhadas” na altura onde junta o teto e a parede do lugar em que se encontra.

Começar a selar pelo quadrante Norte, fazendo a invocação enquanto faz o desenho; os outros quadrantes seguem o mesmo processo.


NORTH “Espíritos e Forças do Vento,
atendam e testemunhem este ritual;
levem meus desejos ao Inominável,
abram para mim os Caminhos da Luz”




SOUTH “Espíritos e Forças do Fogo,
atendam e testemunhem este ritual;
levem meus desejos ao Inominável,
abram para mim o Caminho da Luz”




WEST “Espíritos e Forças da Cavernas,
atendam e testemunhem este ritual;
levem meus desejos ao Inominável,
abram para mim os Caminhos da Luz”




EAST “Espíritos e Forças das Ondas,
atendam e testemunhem este ritual;
levem meus desejos ao Inominavel,
abram para mim os Caminhos da Luz”





“Espíritos e Forças da Luz,
atendam e testemunhem este ritual;
levem meus desejos ao Inominável,
abram para mim os Caminhos da Luz”


Estas imagens e as runas que as acompanham devem ser visualizadas na cor branco brilhante quando desenhadas, e as setas numeradas na primeira estrela, indicam a ordem das linhas que devem ser seguidas para desenhá-las corretamente.

Depois de terminar com as cinco, colocar-se no meio da peça onde se encontra com os braços abertos e imaginar um raio de Luz branca vindo do alto e entrando pela sua cabeça atravessando o corpo até os pés.
Outro raio amarelo atravessando-o de lado a lado, e um raio azul, atravessando-o de frente para trás, e dizer:

” Os quatro me cercam,
as chamas acima, as ondas abaixo,
eu sou o coração dos quatro,
eu sou o centro do Universo.”

Manter a imagem alguns segundos, e depois imaginar que está subindo uma montanha e que o Deus Odin, vem ao seu encontro no topo.
Dizer:
“Eleva-me deste lugar terreno,
mostra-me Tua Face Sagrada”

Depois disso continuar com a visualização, até que você se “vê” sentado ao redor de um circulo rúnico, com o Deus Odin.
Mantenha essa imagem por alguns momentos, procurando que seja clara a visão do que esta acontecendo.
Nesse ponto, dirija-e ao altar e pegue sua varinha, ou aponte seus dedos como na posição de benção em direção as runas e diga:

” De Destino e Força eu falo agora,
As Nornas agora eu invoco, sejam
Os Deuses propícios para o meu
Trabalho.

Urd, Verdanky e Skuld,
Senhoras dos destinos dos homens,
Fiam, tecem e ceifam
As vidas humanas,
Propiciem-me o uso desta Força.

Eu as invoco em nome do Asgard,
Do Aesir e dos Elfos da Luz, para
Que eu possa consagrar estes sigilos”

Fazer agora o pedido e a oferenda, depois fechar os olhos e imaginar uma corrente de luz branca que desce do alto até sua cabeça, seguindo pelo ombro direito até seu dedo indicador e dele para as runas inundando o circulo rúnico com essa luz.
Se ainda puder, imagine na sua visualização da montanha, que Odin faz o mesmo e “carrega” suas runas com um imenso Poder que emana Dele.

Mantenha a imagem na sua mente, não se apure por terminar.
Dizer :
“Oculta-me tua face imponente,
leva-me de volta ao meu lugar terreno”

A seguir veja-se, sendo conduzido por Odin de volta ao lugar por onde subiu nela;
Dizer:
“Sábio Odin, parta em Paz,
em nome do Inominável
eu permito e ordeno”

Nesse momento, Ele cobre seu rosto com o capuz, se vira e vai embora; você começa então a descer a montanha.
Quando chegar ao sopé da montanha, estará novamente no seu templo,
Dizer:
“Espíritos e Forças da Luz,
partam em Paz!
Em nome do Inominável
Eu permito e ordeno”

Continuar dizendo:
“Todos os Espíritos e entidades
convocados por este ritual
partam! Vocês não tem nada
mais a fazer a qui.
Pela Luz do Inominável, vão!
Vão, em paz!

Bater o pé direito três vezes, para reforçar a ordem.

Depois dizer:
Santo Tu és, Pai de Todos,
Santo Tu és , pela natureza não formada,
Sagrado Tu és, Grande Todo Poderoso
Senhor da Luz e das Trevas!

Fazer o sinal como no início:

De quem é a Coroa (tocar a fronte)
E o Reino (Sopro- boca)
A Força ( ombro esquerdo)
E a Gloria (ombro direito)
A Lei Eterna (coração)
Amém.

Para encerrar dizer:

“Este ritual para abertura do Caminho da Luz, esta plena e verdadeiramente encerrado”
Bater quatro vezes com os nós dos dedos da mão direita na mesa.
Desfazer com a mão as estrelas que foram “desenhadas” no começo do ritual, e absorver o circulo dourado de proteção, em sentido anti-horário, com o dedo indicador.
É muito importante desfazer todos os passos que forma feitos num ritual, tudo o que se fez tem de ser desfeito em sentido contrario, ou como mandem os passos do ritual.
Somente fazendo assim você evitará deixar “portas abertas”, por onde podem se filtrar criaturas ou influências não desejadas de outros mundos ou planos.
Pode parecer difícil de fazer, mas poderá ver quando o fizer que não é assim; inclusive posso lhes dizer que sempre fico “redemunhando” quando tenho um destes para fazer, mas depois que o faço sempre penso que era tão simples…

EPILOGO

Algumas pessoas podem se perguntar se é preciso ser um iniciado em magia, para poder praticar a arte magica das runas.
Na verdade que não é necessário, depende unicamente da pessoa que deseja percorrer o Caminho, e as qualidades essenciais para isso são um desejo de coração, fe e imaginação.

O que sei sobre ter de ser iniciado ou não por outra pessoa, é que os homens podem entrar no Caminho da busca da Verdade sozinhos, mas que chega num ponto desse Caminho no qual não podem mais progredir sozinhos, sendo que para isso precisam de uma companheira á altura que os leve mais adiante.

No caso das mulheres, é diferente; nos precisamos de um homem que nos “inicie” no Caminho, mas depois que entramos nele, podemos ir em frente sozinhas.

Esta “iniciação” de que falo não é uma iniciação magica, no sentido literal da palavra; esta iniciação trata de um homem, que pode ser pai, irmão ou amigo que nos desperte para o mundo espiritual de alguma forma, não implicando em que nos ensine algo de forma direta.

A “justiça poética” disto é que de qualquer forma um precisa do outro para buscar a Verdade.
Na monografia sobre a Magia Sagrada falaremos deste assunto, para que você possa ter uma clara idéia sobre os diversos tipos de iniciação e como acontecem.

Já ouvi dizer que entrar no Caminho da busca da Verdade é como tomar mate (Chimarrão no sul), sempre se começa para fazer companhia a alguém que nos convidou a experimentar, e salvo em raras exceções é sempre assim que acontece.

Eu disse “salvo em raras exceções”, porque pode acontecer de que uma mulher desperte sozinha para a espiritualidade, isso somente dependendo da bagagem cósmica que traz de suas existências anteriores, e de que tenha vindo a esta vida com o firme propósito de lembrar e recomeçar do ponto no qual parou na anterior.

Na quarta parte deste post, retomaremos a magia rúnica, e a
forma de compor sigilos e suas rimas, e o mais importante: as chaves para jogar as runas.

Darei exemplos de sigilos para resolver os assunto mais comuns que afetam a vida das pessoas.
Também ensinarei a fazer o Martelo de Thor, o Bastão e outros objetos mágicos, que o ajudarão nesta jornada mística.
Agora, para terminar lhes deixo um encanto rúnico, para que possam ter uma idéia de como devem ser.

Na árvore, uma fruta;
Na fruta, uma semente,
Na semente, uma árvore.

A semente do homem
descansa envolta em desejo.
Para plantar a semente
coma a fruta.

A semente não considera fruta,
a fruta não considera a árvore,
no entanto, os três são um.




(por Debora Rocco para o magiabruxa. com)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Runas - parte 3


Fabricação das Runas

Todo oraculo se joga dentro de um espaço previamente constituído para tal fim; pode ser um lenço, uma “taboa”, como no caso do Tarot, ou outro meio qualquer. Para as runas se faz o que se chama um Skiebiny, ou mandala rúnica, com o seguinte esquema desenhado, pintado ou bordado nela, como preferir; o meu o fiz em couro de antílope, mas pode fazê-lo do material que lhe agrade, menos de plástico ou material sintético.

Cada uma destas divisões tem um significado específico e afeta a consulta das runas da seguinte forma:

Niflheim- País dos mortos e também o pais do gelo e das trevas; ali em companhia dos mortos, so podem viver os gigantes e os anões.
A rainha dessa sombria região é a deusa Hel; a entrada era guardada pelo terrível cão Garm.

Da mistura do Niflheim com o Muspelsheim nasceram o mar, a terra e as águas.
Para as jogadas representa as coisas que não são o que parece ser.

Muspelsheim- É o País do Fogo. No jogo mostra o que o destino requer de nós.

Midgard- O País do meio, inteiramente cercado de água, onde foram colocados os primeiros homens; no oceano que cercava o “País do Meio” vivia a Serpente Midgard, monstro terrível que continuamente ameaçava os deuses; seus anéis eram assaz grandes para abarcar todas as terras conhecidas dos homens.
O deus Thor conseguiu prender este monstro temível, mas o gigante Hymir cortou a linha que o prendia e ele conseguiu fugir.
Numa consulta, as runas que caem em Midgard, devem ser interpretadas como o que ocorrerá no futuro.

Asgard- O Olimpo dos germanos , a morada dos deuses, “Pais dos Ases”; na consulta representa aquilo que não está sendo levado em conta, mas que deveria sê-lo.

Vanaheim- Na consulta representa as forças que trabalham a favor dos humanos, do consultante.

Jotunheim- Na consulta representa as forças que trabalham contra os homens, contra o consultante.

Svartalheim- Este espaço caracteriza o assunto em torno do qual gira essa jogada.

A mandala deve estar orientada para o norte para usá-la no jogo; o lugar onde se encontra a runa Berkana, indica as coisas que se repetem na vida da pessoa para a qual se está jogando.

A runa Fehu, indica como está aspecto amoroso; é uma “casa” um tanto livre, ou seja que aprecem diversos assuntos, que se interpretam simplesmente pelo valor das runas.

A runa Ing, indica aquilo que age contra nossas expectativas, e finalmente a runa Laguz, nos indica coisas e situações do passado, que nos deixaram experiencias, que podemos usar para nos beneficiar no presente.

Tendo a mandala ou mais propriamente falando o Skiebiny pronto podemos passar a construir circulo rúnico, que será colocado encima do primeiro, e que será deverá ser mais ou menos do tamanho do circulo externo de Skiebiny.

Para fazer este círculo rúnico deverá procurar uma árvore, que tenha as características que lhe pareçam mais favoráveis para o tipo de pessoa que você é e para o tipo de oraculo que deseja ter.

É importante a escolha da arvore da qual se tirará a madeira; meu conselho é buscar tabelas e/ou oráculos de árvores de nossa terra, e aprender sobre suas qualidades, para escolher bem; o sinamomo por exemplo é uma árvore de limpeza, afastamento, defesa, ataque e luta.

O que eu mais gosto é o nogal; é doce, forte, sábio; sempre foi minha escolha, ainda que pode ser feita de diferentes formas, inclusive pelo mês de nascimento.

Depois de decidir sobre a árvore e encontrá-la, se devem seguir os seguintes passos, cuidadosamente:

Antes de mais nada deve pedir-lhe permissão a arvore para cortar-lhe um galho e dar-lhe tempo para que se prepare; enquanto espera, conte-lhe para que precisa a madeira, pois ela tem o direito de saber.



Lembre que em algum ponto na força vital do Universo, você e a arvore são o mesmo ser, e por isso, na realidade estará cortando um pedaço de si próprio.

Escolher o galho com cuidado, depois passar a mão pelo galho até onde junta com o galho principal; é possível que depois de uns minutos sinta que ele se esfria, a uns 5 centímetros da junta, esse é o lugar onde deve ser cortado, pois a árvore retirou sua força vital daquele lugar, deixando um pouco no pedaço que você escolheu, para que seja “madeira viva”.

Cortar com um facão bem afiado, o mas rápido possível, nunca quebrá-lo; onde se fez o corte tapar com cera incolor em pasta, para piso, para que não apodreça a arvore nesse lugar; antes de ir-se, corte da varinha as folhas e as ramas que não serão utilizadas, e enterre-as junto as raízes da arvore, para que tudo volte a ela com o tempo.

Fazer tudo isto na Lua Crescente, para que seu circulo cresça em poder, e deixe uma maçã ou outra fruta ao lado da arvore, como agradecimento a ela e a Mãe Terra, por sua generosidade.

Deixar secar a madeira, e depois lixá-la até que fique suave ao toque; neste ponto cortar o galho en pedacinhos de 3 centímetros, que ao todo devem ser 24 pedacinhos; traga galhos suficientes quando for até a árvore, de forma que sobre madeira para cortar 25 pedacinhos de 2 centímetros para intercalar com os de 3, que são os que terão gravadas as runas.

As madeirinhas ficam em contato umas com as outras, deixei o fio aparecendo para que você tenha uma melhor idéia de como fazê-lo; o fio ideal para isto é o de pesca, que se pode atar e queimar o nó, depois de ter ajustado todo o circulo.
As runas podem ser gravadas com pirógrafo, ou pintadas ou esculpidas; se não quiser fazer o circulo com as madeirinhas, ou não puder, pinte-o no Skiebiny, por fora do circulo externo.

O jogo de runas você pode comprá-lo ou fazê-lo seguindo o mesmo procedimento de buscar a madeira de alguma arvore, de preferência a mesma do circulo, e fazer nesse caso o que se chama “runas de aduela”, que são cortadas em fatias, e por isso precisa de uns galhos do diâmetro que deseje tenham as runas depois de prontas.

Devo dizer ainda, que as runas de aduela não rolam, e por isso no meu parecer limitam a consulta, ou talvez não, depende do ponto de vista de cada um; alem disso quando jogadas normalmente caem amontoadas.

Poderá ter de experimentar o tipo de pedrinhas ou madeirinhas que mais lhe agrade para fazer as suas runas.
O meu jogo de runas o fiz em sementes de uma árvore, que no sei o nome, mas que são muito conhecidas; algumas pessoas que jogam búzios as usam na mesa de jogo, são meio arredondadas, achatadas nos pôlos, o tamanho é perfeito para este propósito e nascem dentro de uma casca escura, praticamente preta, com formato de meia lua.

São fáceis de conseguir e acho que também as vendem e algumas casas de
Religião.


Tendo tudo pronto vamos a consagração das runas.



(por Debora Rocco para o magiabruxa. com)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Runas - parte 2


Magia Rúnica

De todas as formas de magia que conheço, esta é a que considero praticamente perfeita (se é que isso existe).

Através das runas se pode obter tudo aquilo que desejar se trabalhar de forma correta com elas, depois de tê-las consagrado.

A magia rúnica ao contrario das outras magias funciona na pessoa para quem elas são consagradas e não em outras pessoas ou no entorno.

Elas, as runas depois de consagradas e entregues ao destinatário, agem na cabeça da pessoa, produzindo as mudanças necessárias em seus pensamentos e ações, de forma que ela obtenha a realização do seu desejo.

Por exemplo, alguém deseja ser promovido a um cargo que já esta ocupado por outra pessoa; nesse caso se escolhem as runas para esse propósito, e se entregam a pessoa depois de tê-las preparado.

A pessoa que ocupa o cargo desejado não perderá o emprego para que alguém obtenha um desejo por meios ilícitos, gerando assim um longo karma, dependendo do dano que causar.

Podem acontecer duas coisas: ou a pessoa que ocupa o cargo desejado vai ser promovida ou deslocada para uma melhor situação, ou sera criado um cargo paralelo, para que as duas possam continuar trabalhando e evoluindo profissionalmente.
As runas jamais prejudicam o entorno ou as pessoas que estão alheias ao seu poder.

Alem disso a pessoa que encomenda as runas, deve dizer o que oferece em troca do que vai obter -não se trata do pagamento ao mestre/a que as consagrará, isso fica entre os dois- também não implica em coisas caras ou materiais, pois que isto é nada mais que um teste de seu caráter.

É a forma de devolver ao cosmos uma pequena parte do que vai usufruir, para que a Roda da Fortuna gire e possa assim beneficiar outras pessoas.

Esta oferenda, nunca é paga antes do desejo realizado, mas assim que isso acontecer, se você não procurar fazê-lo, a “cobrança” chegará a você de alguma forma.
Para que fique claro vou lhes contar o que aconteceu comigo.


Muitos anos atras eu desejava ter um carro somente meu; e pensei que seria uma forma de testar o poder das runas, já que eu não tinha dinheiro para comprá-lo.
A minha oferenda ao cosmos, foi uma contribuição a sociedade dos paraplégicos da cidade na qual vivia, pois já tinha me envolvido com ela algum tempo atras.
Me pareceu justo, pois como eu andaria motorizada, e teria facilidade para me locomover, me pareceu adequado ajudar os que não podiam fazê-lo.

Dois dias depois de ter consagrado as runas e muito ansiosa porque anda não havia acontecido nada a respeito, me telefonaram de uma companhia que vendia consórcios, me oferecendo comprar o consorcio de um Gol.
Obviamente fechei o negocio no outro dia; iso foi numa quinta-feira e me lembrei de ir na sociedade dos paraplégicos para pagar o que tinha oferecido.

Passou uma semana, e sempre algo ou a preguiça me impediam de ir fazê-lo, pois ficava do outro lado da cidade, longe dos lugares por onde eu andava.
Na sexta-feira da outra semana, eu estava na fila do banco, do lado de fora, e passou uma camionete da sociedade dos paraplégicos, que andava na cidade buscando doações.

Me prometi então que na segunda-feira iria lá e faria minha contribuição, que era bem pequena, comparada com o que eu ganhava na época.

Eu tinha oferecido 900 cruzeiros, e ganhava por volta de 14000; aconteceu que na segunda de manhã, bateram na minha porta, e minha empregada atendeu e veio me dizer que estavam vendendo caixas de correio para colocar nos portões.
Primeiro disse a ela que não, mas depois lembrei que meus cachorros destruíam minha correspondência, e que ela perguntasse quanto custava.

Nem imaginam a minha surpresa quando ela voltou me dizendo que custava 900 cruzeiros, e que eram produzidas pela associação dos paraplegicos.

Claro que comprei a caixa de correio, e fiz assim minha oferenda ao cosmos.

O incrível é que eu morava no subúrbio, bastante longe do centro da cidade e mais ainda da sociedade em questão, mesmo assim eu considerei que as runas haviam vindo me “buscar”, para que eu pagasse o que havia oferecido.

Mas como disse antes não é uma questão material ou de dinheiro, e não significa que se oferecer muito vai obter mais.
É preciso fazer o que pareça justo, nem mais nem menos, pois não ha necessidade; porem o que você oferecer pague-o depois ou perderá aquilo que as runas lhe deram.

E pode acreditar que funciona assim, mas se quiser experimente; também lhe aconselho que não espere que elas lhe procurem, pois isso pode não acontecer e você perderia aquilo que obteve, por isso pense bem antes de fazer sua oferenda, de forma que possa cumprir com ela, assim que se realizar o seu desejo.



Já tive clientes que ofereceram serviços, ou pequenas coisas dentro de suas possibilidades financeiras; como ser alimentos para lugares carentes, ou cobertores, ou roupas usadas pedidas a outras pessoas, e assim por diante.
Nunca ninguém voltou e me disse que não havia obtido o que pediu as runas.

Uma vez um cliente muito bom que eu tinha e que consultava freqüentemente comigo, ao que já havia feito alguns sigilos com runas para sua empresa, me perguntou se poderia encontrar uma amante através das runas; ele era casado e não queria separar-se da mulher pois gostava demais dela, somente queria uma pequena aventura.

Joguei as runas para saber, e novamente outra surpresa: elas me responderam que sim, mas que para coisas ilícitas elas eram quem determinavam a oferenda, ao contrario de quando são bons desejos.

No caso dele, elas disseram que o preço que ele pagaria seria perder seu casamento.
Como ele não queria isso, me disse que as fizera, mas que as guarda-se sem consagrar; a verdade é que nunca me pediu para fazê-lo, mesmo que continuou consultando comigo durante anos, depois disso.

Isto é outra coisa a ser tida em conta, quando se trata de desejos “ilícitos, ilegais ou imorais”: o preço pode ser demasiado alto e você não estar disposto a pagá-lo.

Nunca investiguei o que aconteceria no caso de fazer runas para o mal, mas em decorrência do que vimos acima acho que realmente essa parte não me interessa.



(por Debora Rocco para magiabruxa. com)

domingo, 26 de julho de 2009

As Runas - parte 1


Mágicas e proféticas, as Runas fazem parte da tradição cultural dos vikings. Segundo o mito, estas pequenas peças foram encontradas pelo deus Odin, que as divulgou entre seu povo como símbolo de sabedoria e do conhecimento de todos os mistérios dos deuses e dos homens.

O Sacrifício de Odin

Contam as lendas vikings que os deuses moravam no Asgard, um lugar localizado no centro do mundo. Nele, drescia o Yggdrasil, a Árvore do Mundo, cujas raízes ninguém conhecia, e que servia de comunicação entre a terra e o paraíso. Nesta árvore, o deus Odin conheceu a sua maior provação e descobriu o mistério da sabedoria: as Runas. Alguns versos do Edda Maior, um livro de poemas compostos entre os séculos IX e XIII, cantam esta aventura de Odin em algumas de suas estrofes:



"Sei que fiquei pendurado naquela árvore fustigada pelo vento, Lá balancei por nove longas noites, Sacrificado a Odin, Eu em oferenda a mim mesmo. Amarrado à árvore De raízes desconhecidas. Ninguém me deu pão, ninguém me deu de beber. Meus olhos se voltaram para as mais entranháveis profundezas, até que vi as Runas. Com um grito ensurdecedor peguei-as, E, então, tão fraco estava que caí. Ganhei bem-estar E sabedoria também. Uma palavra, e depois a seguinte, Conduziram-me à terceira, De um feito para outro feito.

"Esta é a criação mítica das Runas, na qual o sacrifício de Odin trouxe para a Humanidade essa escrita alfabética antiga, cujas letras possuiam nomes significativos e sons também significativos, e que eram utilizadas na poesia, nas inscrições e nas adivinhações, mas que jamais chegaram a ser uma língua falada.Mais antigas que o Novo Testamento, a aparição das Runas é ainda um assunto polêmico entre os estudiosos da cultura vivking. Antes de possuírem qualquer forma escrita, os povos germânicos utilizavam símbolos pictóricos, que gravavam nas rochas.



Particularmente comuns na Suécia, essas inscrições ou hällristningar datam da segunda Idade do Bronze (cerca de 1300 a.C.), e estavam ligadas aos ritos solares e da fertilidade. Porém, aproximadamente entre os anos 250 e 150 a.C., alguém pertencente a uma tribo germânica teve o senso fonético para criar o futhark (escrita alfabética) a partir de um modelo encontrado no norte da Itália (possivelmente de origem fenícia). Destes signos alfabéticos - chamados glifos - cada um acrescido de um determinado valor simbólico, nasceram as Runas, palavra originária do temro gótico runa, que significa "coisa secreta" ou "mistério". Dessa maneira, a letra rúnica ou runastafr tornou-se depositária de intuições, que eram enriquecidas de acordo com o talento do praticante do runemal, a arte de jogar Runas. Desde o início, as Runas assumiram uma função ritual, servindo para ler a sorte, para a adivinhação e para evocar as forças supremas que podiam influir na vida e no destino dos povos. O ofício dos Mestres das Runas afetava todos os aspectos da vida, desde o mais sagrado até o mais prático. Havia Runas e invocações para influenciar o clima, as marés, as colheitas e o amor; para curar, enfeitiçar, anular feitiços, proteger os nascimentos e livrar da morte. Tal era o poder mágico destes símbolos, que eles eram gravados em amuletos, taças, espadas, assim como nos dintéis das casas e na proa dos navios. Os Mestres das Runas entre os teutos e os vikings usavam vestimentas que os tornavam facilmente distinguíveis. Honrados, bem-vindos e temidos, estes xamãs eram figuras muito importantes nos círculos tribais. O autor anônimo da Saga de Erik, o Vermelho, uma narrativa do século XI, na qual se conta o descobrimento e a colonização da Groenlândia, forneceu uma rica descrição de uma Mestra das Runas:



"Ela usava um manto com pedras na bainha. Cobrindo a sua cabeça, levava um capuz forrado de pele branca. Numa das mãos tinha um bastão, e do cinto que segurava um longo vestido, pendia uma bolsa de amuletos". Para o pensamento pré-cristão, a terra e todas as coisas que nela habitavam tinham vida. Por isso, os símbolos rúnicos eram gravados em madeira, metal ou couro, acreditando-se assim que fossem objetos vivificados. Além disso, as Runas eram tingidas com um pigmento, às vezes misturado com sangue humano, para aumentar a força do feitiço. As Runas mais comuns eram pedrinhas chatas e lisas, com glifos pintados num dos lados. O Mestre das Runas sacudia a sua bolsa e espalhava as pedrinhas no chão; as que caíam com a inscrição voltada pra cima eram interpretadas.A influência das Runas entre os vikings é incontestável, principalmente entre os séculos VIII e XII, mas elas já eram divulgadas ns primeiros anos da Era Cristã. No tempo de Tácito (55 - 117 d.C.), o orador e historiador romano, as Runas tinham se difundido por todo o continente europeu, levadas por comerciantes, aventureiros e guerreiros, e eventualmente por missionários anglo-saxões. Mas, para que isso acontecesse, foi necessário a criaçào de um alfaeto comum, o qual se tornou conhecido como futhark, devido às seis primeiras letras ou glifos.



Embora alfabetos anglo-saxões posteriores tenham se expandido até conterem 33 letras, o futhark germânico tradicional é composto por 24 Runas, que estavam divididas em três grupos de oito Runas cada. Os três grupos, conhecidos como aettir, tinham os nomes de três deuses nórdicos: Freyr, Hagal e Tyr. As três aettir são:



O renascimento do Runemal

Com o passar do tempo e com o crescimento do cristianismo, as Runas caíram no esquecimento por mais de trezentos anos. Recuperada depois de longa spesquisas, atualmente a tradição do runemal renasce, transformando-se num dos métodos oraculares mais famosos do ocidente.

Mas sempre é importante lembrar que as Runas são um oráculo, e os oráculos não dão instruções quanto ao próximo passo a dar, nem fazem previsões sobre acontecimentos futuros. Os oráculos chamam a atenção para as forças e motivações que darão a forma ao futuro, pois já se encontram em cada momento do presente, embora de modo imperceptível. Os oráculos não eximem a pessoa da responsabilidade de escolher o próprio futuro, apenas tornam conscientes as forças mais profundas que podem der determinantes na configuração desse futuro. Por essa razão, para consultar as Runas, existem perguntas mais apropriadas do que outras. Na verdade, o oráculo responderá a questões e não a perguntas, de forma que o consulente terá uma participação ativa, podendo extrair a resposta por sí só, e assumir a responsabilidade pela conduta adotada.

(continua...)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Mitologia Celta


A mitologia celta não deixa nada a dever da grega. O grande diferencial está justamente em responder questões sobre nossa atualidade, como o papel da mulher na sociedade e a relação entre humanos e a natureza. Por tudo isso, a mitologia celta não fala somente de deuses distantes ou de arquétipos psicológicos. Os deuses celtas estão vivos em cada um de nós, e podem nos mostrar como lidar com muitos dos problemas que nos afligem atualmente.

(por Caio "Turgon" Herrera Teixeira ao site templo do conhecimento)




Introdução aos Celtas

Resume-se que os celtas existem desde o século XX a.C. (o que corresponde ao fim da Idade de Bronze), e alcançaram o ápice de sua cultura na Idade do Ferro. Naquela época estavam divididos em dois grupos, os primeiros se instalaram a partir do rio Danúbio, viviam da agricultura e do artesanato, eram mais pacíficos que o outro formado pelos celtas guerreiros como são conhecidos hoje, que se expandiram a partir da região dos Bálcãs, e tinham à disposição um formidável exército.

Eram estes, os celtas que são conhecidos por ter saqueado Roma e Delfos e por ter conquistado grandes partes da Europa. Transmitiram então sua cultura, costumes e religião aos povos das zonas conquistadas. Seus territórios então não pararam de crescer, na sua época de maior extensão o território ia desde o Danúbio até as Ilhas britânicas, e desde a Espanha até o mar do Norte.

Os celtas Guerreiros eram conhecidos por seu cavalheirismo, seu orgulho nas lutas e seu ânimo, mas também pela poesia, pela música e pela filosofia. Os celtas foram chamados de Keltoi pelos gregos, aos quais se deve, graças as suas produções escritas, grande parte das histórias e lendas celtas. Sua memória se remonta desde os séculos mais remotos, a tradição oral tem resistido durante séculos, apesar de que a cultura celta dói quase totalmente extinguida pelos romanos desde César e mais tarde pelos cristãos.

Os druidas, o status de maior influência e poder entre os celtas, sabiam ler e escrever em grego e latim (como os antigos sacerdotes egípcios), no entanto optaram por deixar pela via oral, em belos versos, as crônicas da existência celta. Este foi um dos principais motivos pelo qual não se considerou a magnitude, e boa parte dos livros de historia, da importância do legado celta que fundamentou notavelmente a sociedade ocidental, já que os mesmos celtas não colocaram suas tradições em arquivos escritos.

A Língua celta é uma língua Indo-germânica. Portanto, todas as línguas indo-germânicas, como o alemão e o espanhol, são parentes da língua celta. A Palavra “celta” significa, originalmente “Herói”. Hoje se encontra os celtas em nomes de lugares de toda a Europa, o resto da língua e da cultura celta seguem vivendo na Escócia, Irlanda, Pais de Gales, França, e Galicia (Espanha).

(por Bruno Danhia em 14/1/07 ao site templo do conhecimento)



Introdução à Mitologia Celta

Quando falamos em mitologia celta não devemos nos referir às crenças desse povo como um todo, visto que os celtas possuíam crenças diversas de acordo com a região em que viviam.A Mitologia celta é fragmentada pelo território que os celtas ocuparam, que é muito extenso, visto que eram um povo guerreiro que ocuparam a Grã-Bretanha e a Europa Ocidental entre os anos 1000 e 400 d.C. chegando até a Ásia Menor.

O que se conhece hoje dos mitos celtas vem em grande parte dos escritores romanos como Júlio César e de monges cristão que eram celtas convertidos que queriam manter a memória das tradições antigas de seu povo.A Mitologia Celta pode ser dividida em três grandes grupos: Mitologia Irlandesa, Mitologia Galesa e Mitologia Galo-Romana, referentes aos povos que viviam na Irlanda, País de Galês e na Gália respectivamente.

(por Lucas Ferraz ao site templo do conhecimento)




A Mitologia Galesa e seu Panteão

A Mitologia galesa foi mais afetada por elementos externos, e seus principais escritos são:
O Llyfr Du Caerfyddin (“Livro Negro de Caermarthen"). Aqui estão os poemas mais antigos em língua celta galesa sobre o rei Artur e o mago Merlim.
O Llyfr Aneirin (Livro de Aneirin) que contem o poema Gododdin do poeta gales Aneirin.
O Llyfr Taliesin (Livro de Taliesin), onde aparecem os relatos do livro Mabinogion.
O Llyrf Coch Hergest, o (Livro Vermelho de Hergesuno). Entre outros textos, conta com uma cópia em gales do poema arturiano Brut, os relatos do Mabinogion, e poesias de alguns bardos medievais importantes.

Livros como o Historia Brittonum de Nennius e o Historia regum Britanniae de Godofredo de Monmouth tratam do rei Artur. O Mabinogion se encontra dividido em quatro ramos principais que são narrativas independentes, mas que se relacionam entre si. Possue também 4 contos independentes (Macsen Wledig, Cyfranc Lludd e Llefelys, Culhwch e Olwen e O Sonho de Rhonabwy) e mais três conto arturianos (Owein ou A Senhora da Fonte, Peredur, Filho de Efrawk e Gereint e Enid).

Personagens dos Quatro Ramos do Mabinogion:

Arawn: Rei de Annwvyn. Regente do Inferno, Annwn, o Submundo na tradição galesa. Representa a vingança, o terror, a guerra.

Bran Vendigeit: Herói do segundo ramo do Mabinogion gales, Bran “o Abençoado”, filho de Llyr, era um gigante.

Branwen: “Corvo branco”. Filha de Llyr e irmã de Bran, esposa do rei da Irlanda Matholwch. Parece ser o aspecto poético de uma antiga divindade do amor.

Prydery: Filho de Pwyll e de Rhiannon, companheiro de Bran. Arrebatado de sua mãe o cria o rei Teyrnon.

Gilvaethwy: Na tradição galesa irmão de Ariandrod e de Gwyddyon.

Goevin: Formosa jovem em cujo colo devia apoiar os pés Math, filho de Mathonwy, para sobreviver em tempos de paz.

Gwyddyon: O Grande Druida dos galeses. Feiticeiro e bardo do Norte de Gales, seu símbolo era um cavalo branco. Rege a ilusão, as mudanças, a magia, o céu e as curas.

Lleu Llaw Gyffes: Filho incestuoso de Arianrod e Gwyddyon segundo a tradição galesa.

Llywarch Hen: Bardo mítico da tradição galesa.

Rhiannon: Grande rainha dos galeses, Rhiannon era a protetora dos cavalos e das aves. Rege os encantamentos, a fertilidade e o submundo. Aparece sempre montando um veloz cavalo branco.

Cernunnos: Seu nome deve ser pronunciado como se tivesse um "k": kernunnos. Deus Cornudo, Consorte da Grande Mãe, deus da Natureza, Senhor do Mundo. Comumente representado por um homem sentado na posição de lótus, cabelo comprido e encaracolado, de barba, nu, usando apenas um torque (colar celta) ao pescoço, ou ainda por um homem de chifres, sendo, por isso, erroneamente comparado ao diabo dos cristãos. Os seus símbolos eram o veado, o carneiro, o touro e a serpente. Deus da virilidade, fertilidade, animais, amor físico, natureza, bosques, reencarnação, riqueza, comércio e dos guerreiros.

Gwynn ap Nud: Rei das fadas e do submundo na tradição galesa.

Gwythyr: Oposto de Gwynn ap Nud, Gwythyr era o senhor do mundo superior, também no folclore gales.

Math Mathonwy: Deus da feitiçaria, da magia e do encantamento no folclore gales.



Personagens do Ciclo Arturiano:

Rei Artur: Rei lendário da Bretanha, unificou o reino e é em torno de seu reinado que gira todo o ciclo arturiano.

Bohort: Primo de Lancelot do Lago e rei de uma parte da Armórica. Encontra o Graal junto com Galahad e Perceval, e é o único que sobrevive nessa busca.

Edern: Filho de Nudd. Um dos mais velhos companheiros do rei Artur.

Elaine: Filha de Pelles, o rei Pescador.

Pelles: O Rei pescador nos relatos arturianos franceses.

Afang-Du: O filho da deusa Keridwen ou Cerriwen, para quem fez ferver um caldeirão da ciência do qual bebe três gotas o futuro bardo Taliesin.

Tristão: Herói de uma das lendas celtas mais conhecidas. Suas aventuras rondam em volta de se amor pela jovem Isolda.

Uther Pendragon: Pai de Artur e rei antes dele, se deitou com a mãe de Artur por meio das manipulações de Merlin.

Viviane: Senhora do Lago de Avalon.

Vortigern: Rei usurpador e traidor na tradição galesa.

Ygerne (Igraine): Mãe do rei Artur e de Morgana.

Yvain: Companheiro de Artur. É um herói civilizador que combate as trevas mas não pode viver se não sob a dependência de uma mulher.

Galahad: Filho de Lancelot do Lago e de Elaine, supera todas as provas do Graal e morre vendo o que há dentro dele.

Ginebra (Guinevere): Esposa do rei Artur. É célebre, sobre tudo, por seus amores com Lancelot do Lago. Precisamente por isto se produz a ruptura entre Lancelot e Artur.

Gwendolin: Nome da esposa de Merlin em a Vita Merlini de Godofredo de Monmouth.

Gwendydd: Na tradição galesa é a irmã de Myrddin (Merlin).

Gwrhyr: Velho e bom amigo do rei Artur, que possue poderes mágicos e fala com os animais.

Kai: Companheiro de Artur.

Lancelot do Lago: Mais famoso cavaleiro de Artur, tem relações com Guinevere e é pai de Galahad que acha o Graal.

Mordred: Um dos sobrinhos de Artur e seu filho incestuoso. Era a encarnação das forças das trevas. Mata o pai e é morto por ele.

Morgana: representa na lenda arturiana, a figura de uma Deusa Tríplice da morte, da ressurreição e do nascimento, incorporando uma jovem e bela donzela, uma vigorosa mãe criadora ou uma bruxa portadora da morte. Sua comunidade consta de um total de nove sacerdotisas (Gliten, Tyrone, Mazoe, Glitonea, Cliten, Thitis, Thetis, Moronoe e Morgana) que, nos tempos romanos, habitavam uma ilha diante das costas da Bretanha. Falam também das nove donzelas que, no submundo gales, vigiam o caldeirão que Artur procura, como pressagiando a procura do Santo Graal. Morgana faz seu debut literário no poema de Godofredo de Monntouth intitulado "Vita Merlini", como feiticeira benigna. Mas sob a pressão religiosa, os autores a convertem em uma irmã bastarda do rei, ambígua, freqüentemente maliciosa, tutelada por Merlim, perturbadora e fonte de problemas.

Nimue: Nome que Thomas Malory dá à Viviane.

Olwen: Heroína galesa, filha do gigante Yspaddaden Penkawr.

Merlin: Figura já conhecida do círculo da mitologia arturiana, este era o Grande Feiticeiro, o Druida Supremo dos galeses. Dizia-se que aprendeu sua magia (que não era pouca) com a própria Deusa, sob os nomes de Morgana, Viviane, Nimue ou Rainha Mab. A tradição diz que Merlin dorme numa caverna de cristal depois de enganado por um encantamento de Nimue. Merlin era o senhor da ilusão, da profecia, da adivinhação, das previsões, dos artesãos e ferreiros. Diz-se ainda que tinha grande habilidade de mudar de forma.

Taliesin: Taliesin o Bardo, foi o druida chefe da corte de Arthur, um dos maiores reis da Inglaterra. Dominava a arte da escrita, a poesia, a sabedoria, a magia e a música. Taliesin é tido como patrono dos druidas, bardos e menestréis.

(por Lucas em 14/1/2007 ao site templo do conhecimento)



A Mitologia Irlandesa e seu Panteão

As principais fontes da Mitologia Irlandesa vem dos monges irlandeses que escreveram as historias ancestrais de seu povo, os principais desses manuscritos são o Lebhor na bUidhre (livro da Vaca Parda), o Livro de Leinster, o Grande Livro de Lecan, o Livro Amarelo de Lecan, o Livro de Bellymote, o Livro de Lismore, o Livro de Fermoy e o Livro das Invasões (talvez o mais importante escrito da história mitológica da Irlanda).

Importantes também são os contos A Batalha de Mag Tuired e principalmente A Segunda Batalha de Mag Tuired. As principais histórias irlandesas rondam em torno do Ciclo de Ulster ou Ciclo do Ramo Vermelho, cuja história é contada no épico Táin Bó Cúalgne (formado pelo livros da Vaca Parda, de Leinster e o Livro Amarelo de Lecan), e no menos conhecido Táin Bó Froagh.

Também importante na Mitologia Irlandesa são as histórias de Finn e Oissin, que compõe o ciclo Fenianico ou Ossiânico, que estão narradas no Acallam na Senorach (Colóquios dos Anciãos). Os Táins e o Ciclo Feniano são os grandes épicos da Irlanda, comparáveis à Ilíada e a Odisséia de Homero, ao Mahabahrata hindu e os Eddas germânicos. São centrais na mitologia Irlandesa as invasões sucessivas na ilha, começando por Cessair e Fintan, os seguintes foi o povo de Partholonm que foram destruídos pelos Fomorianos, logo depois viera os Nemedianos, foram rechaçados pelos Fomorianos e depois voltaram como os Fir Bolg, que fizeram uma era de paz e prosperidade.

Os Tuathas De Dannan foram os seguintes, como narrado nas Batalhas de Mag Tuired, eles derrotaram os Fir Bolg e depois os Fomorianos e tomaram o controle da Irlanda, mas foram depostos pelos Milesianos., liderados por Amergin; esses então passaram a controlar o mundo superior e os Thuata o inferior, vivendo em Sid e se transformaram no povo pequeno, nas fadas irlandesas.

Com isso fica preparado o terreno para as histórias passadas no Táin Bó Cúalgne e no ciclo Ossiânico, povoados por personagens como Cuchullain, Conchobhar, Fergus, a rainha Medb, Finn, Oisin, Conaire e outros. A última das invasões da Irlanda ocorre com São Patrício que cristianiza a ilha. Nessa mitologia as figuras de deuses e heróis muitas vezes se confundem, não há uma separação clara, mas os Thuata sem dúvida são os que mais se aproximam dos deuses das demais tradições indo-européias, e os Fomorianos com os inimigos dos Deuses, como os Titãs gregos e os Gigantes germânicos. A seguir um pequeno resumo do Panteão Irlandês:

Aine of Knockaine: Deusa do amor e da fertilidade, mais tarde foi conhecida como a rainha das fadas. Deusa relacionada à lua, colheita, e a criação de gado.

Airmed: filha do deus da medicina Dian Cecht.

Amergein: Bardo dos Milesianos que derrotaram os Thuata e tomaram o controle da Irlanda.

Angus Og: Deus da Juventude, do Amor e da Beleza na Irlanda Antiga. Um dos Tuatha de Dannan, Angus possuía uma harpa dourada que produzia música de irresistível doçura. Os seus beijos transformavam-se em pássaros que transportavam mensagens de amor.

Aoibhell: Mulher do Sidhe, morava em Craig Liath.

Badb: Na mitologia irlandesa, Badb era uma das formas gigantes de Morrigan. Ela era suficientemente alta para colocar um pé em cada lado de um rio.

Balor: Fomoriano, avô de Lug, cujo equivalente gales é Yspaddaden Penkawr; tinha um único olho que fulminava todos a sua volta com seu veneno.

Banba, Eriu e Fodla: Trio de deusas filhas de Fiachna que personificam o Espírito da Irlanda.

Boann: Deusa do Rio Boyne e mãe de Angus Mac Og com o Dagda. Ela era esposa de Nechtan.

Bodbh: Deusa irlandesa que incitava os guerreiros durante a batalha.

Bres: Filho de pai Fomoriano e mão Thuata, traiu os Thuata e foi o pivô da segunda Batalha de Mag Tuired.

Brigite: Deusa tríplice de origem irlandesa, era filha de Dagda.

Cessair: Mulher primordial que ocupou a Irlanda antes do dilúvio, era neta de Noé.

Cian: pai de Lug.

Creidhne, Goibhniu e Luichtanel: Deuses do trabalho em metal e das artes manuais da Tuatha De Danaan, respectivamente brazeiro, ferreiro e carpinteiro.

Dagda: O Bom Deus, um dos principais do panteão irlandês, possuía uma harpa e um caldeirão mágicos e podia ter poderes maléficos ou benéficos.

Danu: Deusa mãe Irlandesa, dá nome aos Tuathas de Dannan, o Povo da Deusa Dana. Mãe de Dagda.

Dian Cecth: Deus da medicina irlandês, colocou a mão de prata em Nuadu e matou seu filho Miach por não gostar da cura que ele fez na mão verdadeira de Nuadu.

Edain: Deusa dos cavalos, a Epona Irlandesa.

Elcmar: irmão de Dagda.

Etain: Na mitologia celta, Etain (A Brilhante) era a tripla deusa do sol, água, cavalos, fragrâncias, beleza, música e transmigração das almas.

Ethlin: Na mitologia celta, era filha de Balor. Balor, aterrorizado pela profecia de que seria morto pelo neto, trancou Ethlin numa torre de vidro e colocou guardas para vigiá-la. Contudo, Cian disfarçado como mulher, entrou na torre e uniu-se a ela.

Fintan: Na mitologia celta, o salmão da sabedoria, era um metamorfo. Foi o único irlandês a sobreviver ao dilúvio mudando sua forma para um falcão para sobrevoar as águas e depois em salmão para nelas sobreviver. Tendo comido nozes mágicas recebeu todo o conhecimento, mas ficou preso numa rede e foi comido por Finn MacCool que acabou adquirindo seu conhecimento e seus poderes.

Lir: Divindade irlandesa, o Velho Homem do Mar.

Lug (ou Lugh, Luga, Lamhfada, Llew Llaw Gyffes, Lleu, Lugos, Samildanach): Maior dos deuses irlandeses, chamado de Mão Poderosa ou Mão Longa, foi o último a se juntar aos Thuata e possuía muitas habilidades.

Macha: Na mitologia irlandesa, deusa de jogos atléticos, festivais e fertilidade.

Manannan: era homenageado como uma das principais divindades do mar pelos irlandeses.

Mider: Deus do Outro Mundo.

Morrigan: Deusa irlandesa associada à gralha, deusa da guerra e do amor.

Nechtan: divindade irlandesa das fontes.

Nuada (Nuadu): Deus irlandês que perde o braço na primeira batalha de Mag Tuired, reverenciado como maior dos deuses, cultuado também na Gália.

Ogma: deus irlandês semelhante a Hércules, Ogma tinha uma enorme maçã com a qual defendia seu povo, os Tuatha de Dannan, sendo eleito seu campeão. Ele inventou a linguagem rúnica dos druidas, o Ogham.

Scathach / Scota / Scatha / Scath: Seu nome traduzia-se como A Sombra, aquela que combate o medo. Deusa do submundo, Scath era a deusa da escuridão, aspecto destruidor da Senhora. Mulher guerreira e profetisa que viveu em Albion, na Escócia, e que ensinava artes marciais para os guerreiros que tinham coragem suficiente para treinar com ela, pois era tida como dura e impiedosa. Não foi à toa que o adestramento do herói Cuchulainn foi levado a cabo por ela mesma, considerada a maior guerreira de toda a Irlanda. Scath era ainda a patrona dos ferreiros, das curas, magia, profecia e artes marciais.

(por Lucas Rafael em 14/1/07 ao site templo do conhecimento)




A Mitologia Galo-Romana e seu Panteão

Conjunto de crenças dos povos celtas que viviam na região da Gália, nas fronteiras do Império Romano, e que teve grandes influências dos deuses latinos. O que se conhece dessa mitologia foi redigido por escritores latinos depois do século I a.C., como Posidônio, Diodoro Siciliano, Estrabão, Lucano, Tácito e Julio César em seu As Guerras Gálicas, que narra a conquista da Gália por Roma. A seguir um pequeno resumo do Panteão Galo-Romano:

Andrasta: Deusa guerreira. Aparece com a rainha Budica. Tinha um esposo de que foi identificado com Marte (deus da guerra) romano.

Arduinna: Deusa-ursa.

Belenos (ou Belenus, ou Oengus, ou Maponos, ou Mac Oc): Deus do sol e da medicina, heterônimo de Apolo.

Belisama (ou Dama, ou Ana): é a divindade solar feminina, a Minerva gaulesa.

Bormo e Damona: deus e deusa das fontes e das águas termais.

Cernunos (ou Kernunnos, Slough Feg, ou Cornífero): Deus da abundância e fertilidade, possuía chifres.

Dis Pater: Originalmente deus da morte e do mundo subterrâneo, eventualmente o chefe dos deuses. É dito que é o ancestral de todos os Gauleses.

Divonna: deusa das águas correntes e das fontes.

Epona: deusa dos cavalos, identificada com a galesa Rhiannon e a irlandesa Macha.

Esus: Ligado a Mercúrio ou Marte, seu nome significava senhor e conpunha a tríade dos maiores deuses com Taranis e Teutates.

Lug: Maior dos deuses, equivalente gaulês de Mercúrio, presente também nos mitos Irlandeses.

Math: Deus gaulês da magia.

Matrona: era a divindade mãe na Gália primitiva.

Medru: deus gaulês identificado com Mider ou Midir irlandês.

Moccus: seu nome significa porco e seu culto ligava-se ao javali.

Nantosuelta: deusa gaulesa.

Nodens: deus gaulês identificado com o Nuada irlandês.

Ogmios: deus gaulês da palavra, fazia a ligação entre homens e deuses, era o Ogma irlandês.

Rosmerta: deusa da abundância e fertilidade.

Sirona: deusa galesa.

Smertrios: deus gaules, “o provedor”.

Sul: deusa gaulesa do sol.

Sucellos: deus do martelo, identificado com o Dagda Irlandês.

Taranis: deus gaulês do trovão.

Teutates: o Marte Gaulês, comparado ao grande deus celta do outro mundo. O Rei Pescador dos romanos asturianos.

Como se pode perceber apesar das muitas tentativas de absorção do mitos dos gauleses pelos romanos eles mantêm sua identidade, visto que possuem estreita ligação com os celtas insulares, a ligação de Sucelos com Dagda, a presença de Lug em ambos os panteões e Nodens que é o mesmo que Nuada é prova mais que clara dessa ligação que dá identidade ao povo celta.

(por Lucas Rafael em 14/1/07 ao site templo do conhecimento)



Deuses com face humana

Muitos se surpreendem em relação ao fato dos Tuatha Dé Dánnan nos relatos míticos célticos não viverem numa espécie de versão céltica do ´Monte Olimpo´ e muito pelo contrário mesmo levavam um cotidiano tão comum como de qualquer outro ´´mortal´´apesar de seus ´dons sobrenaturais´, ou seja, eles tinham que caçar , pescar e plantar se quisessem poder comer alguma coisa. De fato mesmo a aparência dos Tuatha Dé Dánnan não era aquela coisa toda asséptica e certinha de ficar sempre com vestes de puro linho branco enrolados no corpo como uma espécie de toga improvisada.

Para se ter uma idéia , por exemplo, Morrigan invariavelmente envolvida em brigas normalmente podia ser de antemão notada em sua chegada por seu forte mal cheiro. No tocante das vestimentas ( ou melhor dizendo na falta delas ) dos Tuatha Dé Dánnan era mais comum andarem semi-nus com tiras de couro curtido amarrado e entrelaçando sobre partes do corpo que era totalmente tatuado com figuras geométricas e pintado da cabeça aos pés. Para se ter uma idéia se muito usavam peles de animais nos dias de mais frio.

Interessante observar, ainda pensando em paralelismo com o mundo mítico grego, havia uma versão própria de ´´ambrosia´´ para os Tuatha Dé Dánnan que assumia a forma do anual ´´Banquete das Eras´´ que era acompanhado com uma bebida de mágicas propriedades ( a cerveja Gobniu ) onde segundo parece estava origem de seus ´´super-poderes´. Agora mesmo com todo este ´reforço mágico´ de vigor e poder místico conferido pelo ´´Banquete das Eras´´, não eram os Tuatha Dé Dánnan invulneráveis e imortais. A citar o caso de Nuada, um dos seus reis, que em um combate teve seu braço direito amputado e posteriormente foi morto na Batalha de Moytura Setentrional.

Aliás, mesmo depois de um tempo absurdo, em comparação aos padrões meramente comuns de existência humana, chegava um momento que também os Tuatha Dé Dánnan envelheciam e até onde se supõem morriam como qualquer reles mortal.Assim, se chega a conclusão que ou bem os celtas tinham uma visão bem estranha do que fossem ´´deuses´´ ou soa bizarro que os Tuatha Dé Dánnan sejam encarados como divindades diante das caracteristicas tão peculiares que possuiam.

(por Ioldanach em 11/3/2007 ao site templo do conhecimento)



O DESVELAMENTO DO MITO ARTHURIANO

Atentar uma identidade para o Rei Arthur, é algo irrelevante e que nos remete adentrar em um universo complexo. A rigor, a literatura usa materiais mitológicos como fonte direta de eventos e personagens históricos, na qual a história é deformada pela imaginação popular, onde traça sobre o mito um perfil, como concretização de uma utopia, o fato da obra literária ser uma utopia concreta mantém viva a esperança e o ideal.

A literatura nos afeta através da capacidade de construir pessoas, um mundo cresce diante de seus limites da razão e descrição empírica. Contudo, o mito é dinâmico, se transforma com o tempo ao acompanhar o espírito de uma época, e os elementos que fazem dele uma fonte de autoconhecimento configura-se em metáfora, retratando a essência do homem. Assim, o mítico Rei Arthur tornou-se atemporal e transcendeu a história. Conseqüentemente, a literatura faz com que o Rei Arthur não seja um rei legado ao passado, mas sim do presente, pois à medida que se resgata o passado de uma obra literária para compreendê-la no presente, inconscientemente ressuscita-se.

(por Edileide Brito em 10/1/08 ao site templo do conhecimento)



A Fala dos Celtas

A língua dos Celtas. Atualmente, existe um interesse imenso sobre qual seria a língua falada por tão fascinante povo, e porque ela teria morrido. Na verdade, ela não morreu, e nem mesmo há uma unica língua de origem Celta no mundo. Nesse momento, existem quatro línguas Celtas faladas ainda na Europa e nas colônias, e duas em processo de ressurreição. E todas, sem exceção, retrocedem à antiga língua-mãe Celta.

As línguas Celtas são idiomas Indo-Europeus em origem, e derivam portanto da linguagem Indo-Européia. Enquanto os Indo-Europeus migravam para o Oeste (Celtas, Helenos, Germanos, Italiotas...) e Leste (Hindus principalmente), as difusões e épocas migratorias geraram, influências de povos aborígenes e períodos de isolamento geraram diferentes povos, com diferentes estruturas sociais e também, línguas diferentes.

Desses ramos linguisticos, um deles foi chamado de Céltico pelos filólogos; não se sabe exatamente quando o Céltico teria florescido, uma vez que caráter migratório dos povos Celtas os levava sempre à novas regiões, com novas influências linguísticas, e assim, o Céltico terminou por dar origem a um sem número de línguas, a maioria perdida atualmente.

As línguas Celtas melhor documentadas são aquela que pertencem ao chamado Céltico Insular, ainda que os primeiro registros que temos sejam das linguagens pertencentes ao Céltico Continental. Das linguas Celtas Cotinentais, aquela que conhecemos melhor é o Gaulês. Apesar disso, é um erro pensar que Gaulês era idioma único. Os cronistas nos dizem que a fala dos Gauleses de uma região diferia da fala dos de outra, indicando a possibilidade de um grande número de dialetos locais. Daqui vem muitas das palavras tão conhecidas daqueles que estudam os Celtas, como Maponos (Mabon, em Galês), Samonios (Samhain, na tradição Irlandesa) e outras.

Alguns dizem, com base nos nomes de Maponos, Epona e alguns outros, que a língua Galesa teria fortes afinidades com as línguas insulares Britônicas, uma vez que Maponos é semelhante à Mab (filho em Galês) e difere de Mac (filho em Gaélico). O mesmo vale para Epona, da raiz Gaulesa “epos” (égua), enquanto o Gaélico Arcaico seria “ech” (semelhante ao Latim “equus”). De qualquer modo, o Gaulês veio a perecer com os séculos de dominação Romana, e apenas as inscrições nos dão o testemunho dessa lingua.

Muitas línguas Celtas Continentais também nos legaram alguns registros, como o Celtibérico, e todas elas tem recebido estudos em uma tentativa de reconstrução. Todavia, são línguas mortas, pois o vocabulário disponível não permite uma fluência verdadeira em nenhum dos casos. Os melhores avanços foram feitos no Gaulês, onde um sistema Gramatical (o Labarion) foi desenvolvido, e um belo vocabulário existe. A realidade das línguas Celtas Insulares é bem diferente.

Quando os Celtas atingiram as Ilhas Britânicas, houve uma cisão entre eles. Na Irlanda ficaram os chamados Celtas Goidélicos, enquanto na Bretanha, os Celtas Britonicos. Não se sabe exatamente como houve essa separação, mas é normalmente aceito que as línguas já diferiam antes dos Celtas alcançarem as Ilhas. Algumas evidências apontam para um Celtibérico mais próximo ao Gaélico, enquanto, como já foi dito, o Gaulês seria mais semelhante aos idiomas Britonicos, e isso talvez nos diga que as expedições dos Celtas para as Ilhas partiram de regiões diferentes. Se alguma chegou antes, se empurrou ou assimilou a outra, isso é uma questão de suposições apenas.

O Britonico se assentou na Ilha maior, e pode ter sofrido influências do idioma Picto, embora pareça que os Pictos é que tenham sido Britonizados, uma vez que alguns nomes Pictos conhecidos tem afinidades Britônicas. Uma outra hipotese é que os Pictos tenham sido sempre Celtas Britonicos, apenas separados dos outros por épocas migratórias. Após isso, com a dispersão das tribos pela Bretanha, diferenças de dialetos surgiam. A invasão seguinte, a dos Romanos, trouxe novas influências ao Britonico. Porém, diferente do que ocorrera na Gália, na Bretanha a língua nativa sobreviveu, agora já diferindo do que era anterioromente, com influências Latinas.

As invasões seguintes, dos Escotos da Irlanda e dos Germanos (Saxões, Anglos, Jutos...) continuavam a influenciar a língua, mas ela permanecia Britonica no todo. Aqui nasceu um dos dois ramos que os filólogos atuais identificam como línguas Celtas modernas, o Celta Britonico, ou Celta P, já que suas palavras utilizavam uma troca do som do “K” Indo-Europeu por um “P” (ou “b”, em Galês moderno), ainda que o som do “K” não fosse totalmente perdido. Do Britônico nasceu o Galês (Cymraeg) que permaneceu falado no interior Britanico, em regiões de menor influencia dos Anglos e Saxões.

Com a chegada dos Normandos, os falantes do Galês recuaram mais para o Oeste. Uma versão do Galês também foi falada no sul da Escócia, mas ali a língua cedeu rapidamente espaço para as variantes do Inglês. Porém o Galês no País de Gales não pode ser banido, tendo diversos inimigos e aliados ao longo da História. Uma das ações que permitiram a sobrevivência da língua foi a da “cultura de capelas” da Igreja Metodista, que apoiava o uso da língua, mesmo com ela proscrita pela coroa Inglesa. Atualmente, a lingua Galesa sofre poucos problemas, mas seu número está longe de ser seguro.

Gwynedd, Dyfed e Glamorgan são os três maiores centros de falantes de Galês,que são cerca de um terço da população do País de Gales. Cerca de trinta mil Argentinos também falam Galês, descendentes de colonos Galeses que se assentaram na Patagonia. A lingua não corre mais risco de desaparecimento imediato, mas ainda não tem o futuro assegurado. Outra língua descendente do Britonico, mas que não teve tanta sorte, foi o Córnico (Kerneweg), que foi falada na Cornualha, no atual extremo sudoeste da Inglaterra. A língua diferia pouco do Galês, apenas o suficienta para ser considerada outro idioma, mas a baixa população e a rápida queda de Kernow perante os Anglo-Normandos condenaram a lingua. Como o Galês, ele foi proscrito, e nem mesmo a Igreja Metodista pôde salvá-lo. Porém, a destruição não foi completa, nos legando textos, como dramas religiosos medievais, e permitiram a reconstrução da lingua. Diferente do Gaulês, a quantidade de textos era grande, e a estrutura gramatical era reconhecida no Galês e no Bretão.

Com um vocabulário vasto, e duas línguas irmãs disponíveis, o Cornico foi reconstruido no século XX, e alguns dos estudiosos passaram a ensinar o idioma em suas casas. Atualmente, cerca de trezentas pessoas falam Córnico, e seu caso único, o de uma lingua morta que parece realmente estar conseguindo ressurgir das cinzas.

O Bretão (Brezhoneg) é um caso mais complicado. Também uma língua Britônica, é atualmente a única língua Celta falada na Europa Continental. A migração dos Britonicos para a atual Bretanha Francesa (Breizh) começou por instigação dos Romanos, e atingiu seu ápice durante as invasões dos Saxões à Ilha Britanica. Ali, os Bretões, que viviam separados de seus primos nas Ilhas, terminaram por desenvolver uma língua que diferia de sua base Britônica, com influências dos dialetos Latinos da região, e depois do Francês Normando também. A língua foi o idioma Celta que sofreu os ataques mais ferozes, por parte do governo Francês, e não do Inglês. Ela foi perseguida até o século XX, mas sobreviveu, e apesar de ser uma língua com um grande número de falantes idosos, ela tem um número expressivo (cerca de meio milhão de fluentes) e com o fim da perseguição (apesar de algum preconceito ainda persistir), ela finalmente volta a crescer.

Os Bretões foram alguns dos principais responsáveis pelo “Renascimento Celta”, com a força e divulgação de sua cultura, música (Alan Stivell) e literatura, e se esse movimento permanecer em crescente, o futuro da língua pode estar assegurado. Na Irlanda proliferou o ramo chamado Celta Goidélico (ou “Celta Q”), atualmente o mais visível ramo das línguas Celtas. Possivelmente levado à ilha por Celtas vindos da Ibéria, o Goidélico permaneceu praticamente sem contestação até a Idade Média. Sua língua herdeira local, o Gaélico Irlandês (Gaeilge), foi falada até a conquista Britanica, e foi a língua na qual foram registrados os primeiros livros em língua Celta, pelos monges que pregavam na ilha. Nessa língua estão presevados verdadeiros tesouros como o Echtrae Chormaic, o Tochmar Étaine, o Táin e o Leabhar Gaballa Érenn, todos textos importantíssimos para o entendimento da mitologia Celta. A lingua foi inclusive levada por migrantes Irlandeses para suas colônias além-mar.

A lingua permaneceu falada entre o povo após a Cristianização, e muitos textos fundamentais ao primeiro Cristianismo Irlandês tem versões tanto em Latim quanto em Gaélico. Após a conquista pela coroa Britanica, o Irlandês sofreu ferozes ataques do governo centrado em Londres, mas como sempre acontece com as línguas Celtas, o povo se recusava a deixar a fala de seus pais. Os piores estragos ocorreram com a horrível gestão de Cronwell e a Praga da Batata, já no século XIX, fatos que atingiam principalmente o povo Gaélico do interior da Ilha Esmeralda, causando morte e imigração para a América do Norte massivas, e dificilmente a língua sobrevivia à mudança. Mas a lingua resistiu, e com as ações de independencia, deixou de sofrer ataques diretos, ainda que continuasse ameaçada pela mídia e educação Anglofonas.

A língua foi incluída como matéria obrigatória nas escolas Irlandesas, e é a primeira língua da nação pela Constituição. Atualmente, a língua, mesmo não sendo falada pela maioria da população Irlandesa, tem interesse renovado, número de falantes seguro e material de sobra para que aqueles que se interessam por estudos Celtas. A língua foi levada até a Ilha de Mann pelos Irlandeses, e é possivel que a população anterior fosse Britônica, mas os Gaélicos se tornaram logo predominantes, inclusive, seu santo nacional é o mesmo São Patricio da Irlanda. Porém a ilha passou para o dominio Britanico, mas a língua prevaleceu. Então veio a regência Escandinava na Era Viking (gerando uma das mais exóticas conversões da Historia, com a maioria dos Manqueses adotando a religião pagã Nórdica, misturando-a ao Cristianismo e ainda agregando fortes elementos Celtas), e durante esse tempo, a influência Nórdica penetrou fundo na língua, tornando-a bastante distinta do seu Gaélico original. Depois o controle da ilha passou à Escó
cia (que baniu a religião “mista” local), e a língua passou a ser reconhecida como Manx. Estando dentro do espectro da Coroa Britanica, a língua também estava destinada a ser banida, e também permaneceu falada pelo povo, mesmo com a pequena população da ilha.

A língua oficialmente morreu na década de 1970, mas foi totalmente registrada, e vem sendo estudada e revitalizada. Ela foi incluída no currículo escolar como matéria opcional par as crianças, e o interesse aumentou muito após a sua extinção. Atualmente, existem cerca de 1500 falantes do Gaélico Manx (ou Gailck), que aprenderam a língua por atitude própria e a passam aos filhos, e cerca de mil crianças frequentam as aulas de Manx nas escolas. Tudo leva a crer em uma ressurreição completa da língua.

O Gaélico escocês (Gaidhlig) foi levado pelos colonos Irlandeses, na instituição do Dál Ríada. A língua nunca foi realmente falada por todo o território Escocês, dividindo espaço com uma variação do Galês no sul, e o idioma Picto (do qual não nos sobram registros) no leste, mas essas línguas logo deram espaço à variante do Inglês conhecida por “Lallans”. O Gaélico também cedeu rapidamente, mas por algum tempo houveram regiões que falavam Gaídhlig. Ele, como o usual, foi resistindo entre o povo, mas de forma extremamente restrita. Porém, justamente pelo dificil acesso à essas regiões, ela sobreviveu, e não só isso, como manteve uma estrutura mais arcaica do que o Gaélico Irlandês, que sofreu mais influências do Inglês. Com a anexação definitiva da Escócia ao Império Britanico, o Gaélico cedeu rapidamente mesmo nessas áreas isoladas. Hoje, a língua sobrevive, mas é a mais ameaçada de todas as línguas Celtas. Seus números só são maiores do que os das línguas que morreram (Manx e Kerneweg) e talvez seus cinquenta
ou sessenta mil falantes na Escócia não sejam suficiente para manter a lingua viva.

Existem falantes dessa língua em Cape Breton, no Canadá, mas talvez seus números também não aumentem muito as chances. Alguns trabalhos vem sendo feitos para sua revitalização, mas sem um apoio estatal forte, não é possivel afirmar que háverá um futuro seguro para o Gaídhlig. Essas são as linguas Celtas, as herdeiras da fala desse povo antigo tão fascinante, e nas quais muitos dos seus tesouros culturais e literários são preservados. Elas são ameaçadas, mas resistem com uma tenacidade digna dos antigos Britanicos e Gaélicos, e trazem ao mundo moderno um pouco do seu modo de pensar e ver o mundo. E por isso, são cheias de méritos para aqueles que se interessam pelos Celtas, qualquer que seja seu motivo.


( por Wallace William em 26/6/2007 ao site templo do conhecimento)













Fonte:www.templodoconhecimento.com